Cutelaria: Anatomia da Lâmina

Você sabe como é montado uma faca? Aqui você vai aprender a identificar o corpo de uma lâmina

A cutelaria, armiaria ou armoaria é a arte de transformar o aço bruto em excelentes lâminas de corte, como cuteleiro posso dizer; é fundamental conhecer como é feito uma faca, neste conteúdo vou descrever toda a anatomia de uma faca, como se fosse um corpo, através de ilustrações vamos entender melhor sua formação para compreender a aplicação.

Devemos iniciar dizendo que todas as lâminas de faca têm características em comum, e que cada parte é conhecida por um nome, sendo estes:

• Ponta: região que permite fazer perfurações;
• Barriga: próxima à ponta, levemente curvada;
• Fio: esse possui vários tipos para cada alimento diferente
• Espiga: parte de metal sem fio onde se monta o cabo da faca, podem ser;

• Guarda: (fica depois do ricaço e o início do cabo)
• Fuller (vala) ou Sangradouro (blood groove): Na cutelaria existem muitos mitos sobre a sua finalidade, diferente do que se pensa ele não serve para drenar o sangue ou facilitar o retirar a faca depois de estocar, mas sim para retirar e balancear o peso da lâmina.
• Virola (bolster): A principal diferença da virola e da guarda é que a virola não oferece grande proteção à mão, serve essencialmente como decoração e elemento de equilíbrio para alterar o balanço.
• Falso gume (clip): Pode ou não ser afiado encontra-se especialmente nas facas tipo Bowie e a sua principal função é facilitar a penetração.

Agora que você conhece melhor a anatomia de uma faca, podemos pular para o que interessa: o corte. Existem diferentes tipos de fios de corte. Cada fio de corte se dá por um tipo de técnica de desbaste de afiação.

1. Plana (flat): Desde as costas da lâmina até ao fio, talvez uma das formas de desbaste mais antiga e mais comum, utilizada nas facas cozinha.
2. Duplo bisel (taper): Meio da lâmina até ao fio, o desbaste amplamente feito nos seax e  facas tradicionais dos países nórdicos, um tipo de fio intermediário entre a defesa pessoal e multi uso.
3. Bisel (chisel): Apenas um lado da lâmina é desbastado, podemos vê-lo nas facas japonesas de sushi.
4. Côncavo (hollow): Dois desbastes côncavos formam uma lâmina fina, muito utilizado na cutelaria para fazer fios navalhas principalmente para as navalhas de barbear, pois apesar de ser um pouco frágil, o seu poder de corte é superior, aliado ao lado estético, muito apreciado, ideal para também para facas única e exclusivamente utilizadas para o combate e defesa pessoal.
5. Convexo (convex): O desbaste forma uma lâmina convexa, afiada e forte como nas facas de talhante, que cortam a carne e podem cortar também os ossos, madeira, plástico, utilizando a faca como um machado, um tipo de fio excelente para facas multitarefas e de sobrevivência e também possuem mais durabilidade quanto a retenção fio de corte.

Conhecendo as principais características e elementos que compõe uma faca, existe também o formato e distribuição de peso para cada modelo de faca. Essa composição e distribuição de peso chamamos de ponto de balanço, é o ponto onde a faca se equilibra naturalmente.

Uma faca de combate com um bom equilíbrio encontra-se na guarda ou no ricaço. Se o ponto de equilíbrio for para lá desses pontos a função dessa faca será essencialmente de percussão, ideal para facas de trabalho pesado e sobrevivência.

Cabos de facas

Os cabos de facas são feitos com materiais tanto sintéticos, eg: micarta, paracord, ou naturais como madeira, chifre, osso ou couro. O formato e escolha do material do tipo de cabo é muito importante de acordo com a sua aplicação, além do formato do cabo. Isso vai determinar a qualidade da retenção da faca. Dos materiais testados pela Arsenal Artes, a g10 (um tipo de micarta) provou ser o mais resistente e o paracord o que tem melhor retenção quando embebido em substâncias viscosas como óleo ou sangue.

A todos que tiverem curiosidade em conhecer ou tirar dúvidas sobre facas, aços e cutelaria artesanal. A arsenal artes estará disposição para atendê-los

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